Observo da janela do restaurante que caiu um pingo, mas foi a quantidade suficiente de chuva para observar também o movimento sincronizado das mulheres que passeavam pela Rua XV de Novembro. Ploc! Fizeram os guarda-chuvas em uníssono.
No segundo andar do prédio, onde ficava o restaurante, admirei a rua colorida. Uns brancos com bolinhas pretas, outros floridos, outros com orelhas do mickey, alguns monocromáticos, xadrez. Quanta diversidade. O preto certamente predominava. A paisagem estava perfeita: havia harmonia nos movimentos e na disposição das cores.
Desci as escadas rapidamente, queria observar de outro ângulo. Sob a marquise, a singularidade de cada mulher se manifestava de outras maneiras. Os perfumes sobressaíram sobre as cores e formatos dos guarda-chuvas. E esses perfumes reviravam rapidamente minha cabeça, que obrigatoriamente achava uma pessoa correspondente àquele perfil.
Carregada pelas percepções em 10 minutos estive em diversos tempos e lugares.
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