quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Perfume

Será que não podemos falar sobre como foi o nosso dia, sobre os nossos planos, o quão interessante foi assistir a última estreia ou sobre qualquer bobeira do trânsito caótico das 18h?

A verdade é que esse seu silêncio me sufoca e me emudece. Seu anonimato me mata pouco a pouco através do ardor em meu peito e eu nem lembro mais da sua voz, do seu cheiro, das suas preferências. Essas coisas se dissipam como um perfume lançado ao ar: marcante e envolvente, mas frágil. Um vento fraco é capaz de encorajar a fuga do odor e mesmo que seja o melhor, muito dele será esquecido. E o que fica?

Fica que ele é o melhor, oras. Bastará aspergir um pouco da essência que a memória volta e ele será, mais uma vez, o melhor.
Nossa amizade é como o perfume. Lembra de quando falei sobre a aspersão?




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