quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

É confortável - Parte I

Esse tal amor nos prega peças ao longo da vida. Um dia ele aparece puro e inocente e fica no portão de casa, com medo do flagrante pelo pai ou pela mãe. Aos poucos ele amadurece e nunca sabemos se o assunto tratado é o mesmo, nem sempre reconhecemos o que é o amor. Nos enganamos, nos enganam e em todo este período ele aparece em diversos aspectos.

De acordo com os dados do Registro Civil fornecido pelo IBGE, 17.349 pessoas se casaram em Curitiba em 2007, durante o mesmo período 1.987 divórcios foram concedidos e entre tantas pessoas poderia estar dona Angelique, mas não se divorciou, muito menos casou.

Aos 50 anos dona Angelique lembrava que já teve três namorados, um marido, quatro filhos e sete netos durante sua vida e segura de si esperava o dia em que a morte a pegaria pelas mãos e a levaria para sempre, em direção ao desconhecido.

Atualmente 50 anos é pouca coisa, mas dona Angelique se desgastou muito durante a vida. Ao encontrá-la qualquer pessoa daria 65 anos sem temer, pensando em fazer logo um elogio, pois aquela senhora certamente teria mais que isso.

Dona Angelique se tornou uma feia senhora, daquelas que crianças tremem ao encontrar pela rua. No ônibus os bebês choram ao perceber seu olhar seco e árduo.

Com as mãos mais enrugadas que o rosto, dona Angelique segurava a sua bengala e passeava pelo parque São Lourenço naquela manhã. Foi quando o viu correr. Seu coração disparou, segurou firme na bengala, respirou fundo e ajeitou o cabelo, com a esperança de melhorar alguma coisa.

* Continua



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3 comentários:

Sheila Gorski disse...

Não me deixe curiosa!

Unknown disse...

Fato real ou história fictícia?
Quero mais!!!

Suelen Safiano disse...

É uma tortura gostosa! Beijão e obrigada pela leitura.