Esta é uma continuação de "É confortável - parte I, II, III e IV"
Durante a juventude dona Angelique não se preocupou em cultivar amizades. Em um determinado momento de sua vida achou que aquilo era uma grande falha, mas já era tarde. Não havia lista de telefones, não visitava amigos para tomar chá, café ou, quem sabe, uma boa cerveja.
Ela não era popular e mesmo que fosse sua personalidade não manifestava amizades. Não ter ninguém pode parece atraente em alguns dias, mas viver na profunda solidão aos 50 anos, sem ter alguém com idéias próximas o suficiente que renda dias e noites de tagarelice, parece tortura. Dona Angelique, além de uma senhora muito feia é muito chata, mas esta disposta a mudar isso para se aproximar de Valentin.
Hoje pela manhã, enquanto estava no parque o encontrou. Se cumprimentaram e ele continuou a correr. Mas logo voltou.
Quando o amor aparece precisa ser confortável, para que isso aconteça é necessário ser correspondido. Naquela manhã dona Angelique entendeu perfeitamente.
* Continua.
3 comentários:
Um dos meus maiores medos nessa vida: Solidão!!
Ainda bem que eu tenho amigas :D
acompanho as aventuras(?) de Dona Angelique achando muito irônica essa idéia de que o amor poderia ser algo confortável - talvez seja, para quem se ocupe em criar conforto a partir de um sentimento pelo outro.
O que me parece verdadeiramente confortável é a forma como ela se apegou a solidão e que distância que criou em torno de si mesma - coisa que vê desmoronar ao sentir a pontada do desejo pela primeira vez
eu até sentiria dó de Dona Angelique, se não soubesse que ela o tipo de pessoa que escolhe se fechar à vida. Mas quem sabe o que ela ainda tem a descobrir?
Oi flor, passando aqui para dar um beijão...
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